Há exatamente um ano eu me
surpreendia comigo mesma, me arrepiando ao ver um jogador, que até então eu
rejeitava, vestindo a camisa do Galo. Mal sabia eu que essa seria apenas a
primeira de muitas emoções que aquele “cara” me proporcionaria. Kalil mais uma
vez contrariou a imprensa e nos trouxe Ronaldinho Gaúcho, no que parecia ser o
fim da sua carreira. Digo nos trouxe porque sim, acredito que atualmente não
exista um atleticano que não enxergue R10 como um presente pra torcida, uma
dose a mais na já tradicional esperança tão característica dos alvinegros. E a
partir daquele 4 de Junho de 2012, Kalil ganhou um filho, Ronaldinho ganhou uma
casa, Dona Miguelina ganhou mais um arsenal de orações durante sua enfermidade
e nós ganhamos, além de tudo aquilo que os números e os resultados mostram, a
peculiaridade e o privilégio de poder comprar um ingresso para ir ao estádio
assistir um jogo e muitas vezes, voltar pra casa tendo a sensação de ter
presenciado um show, um espetáculo.
Foto: Gabriel Castro |
E o maestro do Galo já regeu
momentos inesquecíveis neste um ano: a comemoração com Jô, já mundialmente
copiada, a granada lançada na “torcida” adversária e, claro, os choros: o de
alívio após o terceiro gol contra o Figueirense, o engolido com a manifestação
da torcida em apoio à D. Miguelina, e o emocionado durante a entrevista após o
anúncio da recuperação dela. E então veio aquele momento, que considero o mais
marcante neste um ano de R10. Não por ter me feito chorar, mas por ser a
tradução perfeita daquilo que todos sentimos e não conseguimos explicar, que
vivemos diariamente contrariando as expectativas dos simpatizantes ali do outro
lado da lagoa, de que um dia abandonaremos nosso time; um desabafo em três
palavras: “Aqui é GALO!”. Naquele momento, posso estar equivocada, mas penso que Ronaldinho
ganhou definitivamente o coração de qualquer atleticano que pudesse ainda ter
um pé atrás. Bateu no braço, como quem diz que aquilo já está nas veias, tal
qual um atleticano com 50 anos de Galo.
São emoções que fazem 365 dias
parecerem anos. 365 dias de recuperação e superação. 365 dias de dedicação,
humildade, conhecimento e reconhecimento. 365 dias que nos fazem crer e esperar
os próximos 365. Enfim, 365 dias que comprovam que valeu todo aquele crédito
que um dia lhe foi dado. Porque quem é REI, não perde a majestade. Jamais vai
perder. Obrigada, Ronaldinho! ObriGALO, R49!
Foto: Gabriel Castro |
Nenhum comentário:
Postar um comentário