Por: Moema Vianna
Não adianta prever, não adianta
criar expectativas, não adianta se prevenir! Se você ainda não constatou isso,
saiba que cada jogo do Atlético é incrivelmente capaz de criar uma sensação
inédita nos seus torcedores. Mesmo que você assista no mesmo lugar, com as
mesmas pessoas e uma partida contra o mesmo adversário. Sempre vai ser
diferente; sempre!
O último clássico, último jogo do
melhor Atlético dos últimos tempos, não seria diferente. Quem não pensou em
descontar a tragédia do ano passado, em arrancar aquele gosto amargo que ainda
está agarrado em nossas gargantas, pode se internar num centro de reabilitação
para atleticanos. E eu, mais uma vez sem ingresso graças à insanidade da
torcida a qual pertenço, não arrisquei ir à porta do estádio e fui pro Bar do
Salomão. Pra quem não sabe, é um dos mais genuínos bares de atleticanos em Belo
Horizonte. E confesso que ainda me surpreendi.
Durante o jogo vi copos voando,
vi um senhor com os netos como se estivessem no estádio, vi pessoas se
descontrolando quando alguém insistia em passar na frente da televisão, vi uma
amizade praticamente se desfazendo no segundo gol adversário. Mas em seguida,
vi o gol da virada provocar o aperto de mão seguido de abraço mais emocionante
que presenciei na vida, e a amizade quase perdida se refez num juramento no
melhor estilo alvinegro: prometendo ser Um Vez Até Morrer!
|
Foto: Gabriel Castro |
A partida em si, além de mais um
teste para o coração da Massa, foi um resumo do Atlético no ano de 2012:
tirando R49, que teve uma de suas “piores” (se é que pode-se dizer isso)
atuações, a substituição do maestro já foi uma manifestação de que no Galo
manda quem pode e obedece quem tem juízo. Cuca nos fez mais esperançosos quanto
à sua renovação como treinador. Bernard honrou o título de revelação do
campeonato, Réver e Léo Silva mostraram no melhor estilo artilheiros, porque
formam a melhor zaga do Brasil; e o time como um todo, vestiu literalmente a
camisa e incorporou o hino, lutando com toda a raça pra vencer! Raça, entrega, paixão,
comprometimento, união e uma vontade incrível por parte dos jogadores de
retribuir tudo aquilo que eles recebem das arquibancadas. Talvez isso explique
a invencibilidade de 36 jogos em casa. Há um ano e três meses alvinegros não
veem uma derrota do Atlético, seja em Belo Horizonte ou em Sete Lagoas.
Enfim; uma virada sobre o maior
rival não podia ter sido mais adequada para fechar e resumir um ano em que começamos
totalmente desacreditados, reféns da nossa própria paixão. Porém, chegamos ao
final de 2012 renovados, satisfeitos e esperançosos; certos de que vingamos
sobre todas as previsões de fracasso que nos atormentavam e surpreendemos até o
mais otimista dos atleticanos.
E para os torcedores de vôlei
recalcados de plantão, um recado: comemoramos sim, o segundo lugar de um dos
campeonatos mais disputados do mundo. A vocês atleticanos, um pedido: descansem.
Depois de um ano como esse, nada melhor que umas férias para prepararmos os
corações e pulmões para tudo aquilo que nos espera em 2013! Não se esqueçam que 13 é GALO!
Saudações!
|
Foto: Gabriel Castro |